Mulher na janela, Salvador Dali, 1925.
A pele que hoje tocas,
não é a mesma de tempos atrás.
Ela sentiu frio,
calor,
molhou-se com a água do céu.
Arrepiou-se com as barbáries do mundo,
arrepiou-se também em momentos de êxtase.
Foi tocada por diversas mãos,
e dessas mãos colheu ao máximo, o afago.
Teve ferimentos,
e desses,
algumas cicatrizes.
A sua temperatura porém,
a mesma não é.
Alguns graus foram perdidos
naquele tempo,
tempo em que ela pode sentir,
quão ardente é a paixão,
quão fria é a solidão,quão quente é o amor,
quão branda é a saudade.
E dentro dela, o que há?
Que mulher ela,
com seus contornos,
guarda?!