domingo, 25 de novembro de 2012

A guardiã do tempo



Mulher na janela, Salvador Dali, 1925.



A pele que hoje tocas,
não é a mesma de tempos atrás.

Ela sentiu frio,
calor,
molhou-se com a água do céu.

Arrepiou-se com as barbáries do mundo,
arrepiou-se também em momentos de êxtase.

Foi tocada por diversas mãos,
e dessas mãos colheu ao máximo,
o afago.

Teve ferimentos,
e desses,
algumas cicatrizes.

A sua temperatura porém,
a mesma não é.

Alguns graus foram perdidos
naquele tempo,
tempo em que ela pode sentir,

quão ardente é a paixão,
quão fria é a solidão,
quão quente é o amor,
quão branda é a saudade.

E dentro dela, o que há?
Que mulher ela,
com seus contornos,
guarda?!

 

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